sexta-feira, 3 de junho de 2011

Meus dias têm sido bipolares.
Tem horas que me acabo de sorrir, e tem, horas que me acabo de chorar.
Eu achei que fosse aguentar melhor esse mês.
Imaginem que eu tinha planejado uma festança danada pro meu aniversário.
E descobri uma coisa.
Agora consegui finalmente entender porque eu tenho evitado tanto
o cultivo da minha vida espiritual.
Quase uma recusa por fazer tudo que me mantinha viva antigamente.
Tudo: a leitura da bíblia, a visita à igreja. Até as orações que era uma coisa contínua e interminável na minha mente tem sido escassa.
Porque tudo isso me lembra a minha mãe.

Aí vocês pensam : AH, Maria, pelo amor, não mete essa.
Mas de verdade. É exatamente isso.
Eu fiquei esse tempo todo além de preocupada comigo mesma intrigada
com essa mudança brusca de preferências.
Até as músicas.
Tá todo mundo cansado de saber que eu sempre estive longe de ouvir só músicas gospel.
Mas daí a não ouvir nunca, nem querer, em hipótese alguma estava me deixando
no mínimo curiosa. Não entendia o motivo.

Acontece que eu não gosto de ficar olhando fotos da minha mãe só porque dói.
E fazer essas coisas dói. Do mesmo jeito.
Como se não fizesse o MENOR sentido sem ela.
Não que ela fosse minha motivação.
Eu sempre fiz tudo como fiz por gostar de Deus pra caramba.
Mas o lance é que ela era meu exemplo.
Principalmente no último ano.
Ela era quem dizia : minha filha, se apega com Deus.
Ela era quem se preocupava quando eu entrava em alguma crise,
se não me visse lendo a bíblia, ou orando.
Assumir isso é muito ruim!
Eu não tenho coragem de assumir!
Assumir que eu só vou vê-la, ouví-la, tocá-la, nos meus sonhos.
Eu prefiro deixar tudo que me lembre dela de lado do que ter que
encarar isso.
É isso que tenho feito.
A dor é minha, dá licença?
Sem condições de voltar a frequentar aquela igreja, eu não consigo mais.
O lugar era dela e tá vazio.
Eu passava e dava uma piscadela.
Eu me lembro como se fosse ontem, que foi depois de um culto,
dias antes de fazer minha tatuagem que eu perguntei :
-- Mãe, você me ama?
Ela respondeu, com uma cara de faça-me-o-favor: -- Você ainda tem dúvidas?

Esses dias na hora do almoço, enquanto vou de uma escola para a outra,
têm tocado musica gospel nos alto falantes dos postes.
É a pior hora do dia.
Porque tenho enfiado goela a baixo as lembranças do radinho que ela deixava ligada a noite inteira, tocando exatamente aquelas músicas.
Que esse mês acabe logo.
Tá ruim.

-
Mas agora eu tenho a minha casa, graças a Deus.
Tenho meu branco sempre por perto, graças a Deus.
Tenho meus alunos super engraçados.
Não vou dizer que não estou feliz.
é tudo junto.
E eu sou feliz na maior parte do tempo, é verdade.
Tudo dará pé.
Esses dias sonhei com ela de novo!
Tive medo de não conseguir mais.
Me sinto a mais esperta da face da terra porque eu entro no sonho e saio abraçando, apertando, beijando. No estilo vamos-ao-que-interessa.
Enfim.

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